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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O PRECONCEITO

Postado por Jorge Luís Saraiva

Por Antonio Carlos Evangelista Ribeiro
Colunista-Titular do Portal Brasil
Acabei de ver e ouvir uma reportagem no telejornal sobre o preconceito que acontece por ocasião da busca por trabalho. O direcionamento da reportagem deixava clara a sua intenção de chamar a atenção do telespectador para o telejornal e para o problema racial.
Na mídia quando se fala de preconceito explora-se essa variância de preconceito: o preconceito racial.
Concordo em gênero, número e grau com os que pensam que o preconceito racial é um tipo de preconceito infundado, retrógrado, irracional e idiota. Em meu ponto de vista, em nosso País, de dimensões continentais, onde há uma miscigenação generalizada, não deveria existir o preconceito racial, mas, infelizmente, existe.
A população de nosso País é uma miscigenação de raças e, no fundo, todos nós temos um pouco do índio, do negro, do amarelo e do branco. Apenas uma minoria do povo brasileiro pode ser considerada como não miscigenada, não se justificando, portanto, a existência racional do preconceito racial pela coloração da pele.
A definição de preconceito, conforme o Dicionário Aurélio é: 1. Conceito ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida. 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3.P. ext. Superstição, crendice; prejuízo. 4.P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional.
A ação caracterizada como preconceito supõe que o indivíduo exerceu ou exerce ato ou ação contra determinada pessoa ou contra algo (até objetos), movido, exclusivamente, por um preconceito, sem julgar outras qualificações ou outras informações.
Você já se perguntou porque não gosta de determinada fruta sem nunca tê-la experimentado? Pois é. Isso acontece.
No nosso dia a dia somos todos preconceituosos. De certa forma, exercemos nossos preconceitos para fazer nossas escolhas.
Escolhemos com quem queremos conversar, onde trabalhar (se existissem vagas para empregos), onde fazer compras, onde comer, onde sentar, que tipo de transporte utilizaremos, etc.
Desde bebês, aprendemos, com o paladar: a comparar o doce, o salgado, o azedo, o gostoso e o ruim; com a audição: a identificar e discernir sons, barulhos e vozes agradáveis e desagradáveis; com o olfato: a sentir aromas agradáveis e desagradáveis; com a visão: a enxergar o bonito e o feio e, com o tato: a identificarmos superfícies lisas, macias, ásperas, rígidas, etc.
Através dos cinco sentidos inerentes ao ser humano coletamos informações, processamos e, armazenamos em nosso banco de dados: o cérebro. Agimos de acordo com o nosso grau de conhecimento, pelas informações e experiências acumuladas durante nossa existência.
Dentre os inúmeros tipos de preconceitos existentes, entendo que o mais latente é o preconceito social que é estimulado cada vez mais pelos políticos e pela mídia.
Evidentemente, não podemos negar a existência de outros tipos de preconceitos, como: contra pessoas gordas, pessoas com problemas físicos, pessoas com pouca instrução, pessoas com nenhum asseio, pessoas pobres e também contra pessoas de cor (negro, amarelo, mulato, branco, índio, etc.).
Portanto, somos pessoas preconceituosas por natureza.
O assunto é bem mais abrangente. A constante exploração pela mídia do problema racial mascara os demais preconceitos, também danosos ao ser humano e à sociedade. Nos artigos “Vagas no Ensino Superior” e “A Marca do Prego”, tento abordar alguns preconceitos existentes em nossa sociedade.
E, como mostrado nesses artigos todos nós temos preconceitos, estabelecidos em nosso crescimento como indivíduo, pelas influências sofridas nesse processo de evolução, pela sociedade e pelas informações que recebemos. 
Entretanto, uma característica exclusiva no mundo animal, nos difere como racionais. Isto deveria ser suficiente para que pudéssemos entender e reavaliar nossas experiências e atualizar nossos conceitos.
Vamos refletir!  Você, caro leitor, não têm e nem nunca teve nenhum tipo de preconceito? Faça uma introspecção e reflita.
Feito este preâmbulo, gostaria de contar com a colaboração de vocês, caros leitores, para debater esse assunto tão polêmico que é o estabelecimento de cotas no ensino superior, para saber sua opinião.
Entendo que, mais uma vez, o grande problema não será atacado. Serão adotadas medidas paliativas que, desta forma, acirram ainda mais o preconceito em nossa sociedade.
O grande problema na educação é social. A dificuldade de acesso às universidades não está na cor da pele e sim: na qualidade do ensino público básico e fundamental que é ministrada aos alunos; na carência de nutrientes da população mais carente que afeta o não desenvolvimento do intelecto; no empobrecimento generalizado da população brasileira que impede que o aluno adquira livros e crie o saudável hábito da leitura; e, no interesse político em manter essa situação para poder manipular mais facilmente a população.
A medida de reservar vagas e impor como condição fundamental cor da pele para ingresso ao ensino superior é totalmente preconceituosa. Servirá como já afirmei acirrar uma situação de disputa e competição desleal entre raças. Aflorará em nossa sociedade o preconceito racial. Até porque, na documentação do brasileiro, onde está escrito “branco” leia-se: moreno, amarelo, etc. E daí, o que diriam os “brancos?” Perderiam a oportunidade de estudar pela cor da pele? Por não serem “privilegiados” e não receberem fórum especial os demais alunos  deveriam ser prejudicados em proveito de “minorias” e por medidas eleitoreiras? Infelizmente, não há, por parte dos governantes, preocupação com a melhora do ensino. Há isto sim, interesse em que atitudes eleitoreiras, como esta, que possam garantir a reeleição.
 Algo mais efetivo deve ser feito do que, simplesmente, garantir acesso à universidade pública aos carentes. É preciso exigir qualidade de ensino, desde a base: o ensino público básico e o fundamental.
Muitos dos empresários bem-sucedidos hoje freqüentaram escolas públicas. Aos mais novos quero informar que, não há muito atrás, as escolas públicas de 1º e 2º graus eram referência em qualidade de ensino. Muitas delas só permitiam acesso mediante concurso e, a maior dificuldade para ingresso no ensino superior era a quantidade de universidades que, àquela época era extremamente limitada. O ensino superior não tinha estrutura suficiente para absorver todos os alunos qualificados.
Esse é um ano de eleições. Na hora de votar pense se é isso o que você quer.
Relativamente à reportagem sobre o preconceito na seleção de candidatos a vagas de trabalho, além de ser um ato covarde, é dispendioso e mostra a mediocridade do selecionador.
A escolha ou descarte de um possível colaborador ou de um profissional pelo critério preconceituoso (entenda-se aí, preconceitos não justificados técnica e racionalmente) pode levar a você Administrador a perder um grande colaborador que poderia contribuir para a solução de seus problemas, e que poderia mostrar-lhe, se tivesse oportunidade, que a inteligência, eficiência, produtividade, atitude e eficácia no trabalho, não dependem da cor de pele.
 Na condição de Administradores temos o dever de sermos racionais, atualizarmos constantemente nossos conceitos, superarmos os nossos preconceitos, pois somos responsáveis por nossos atos a frente de nossas empresas.


Comentado por Jorge Luís Saraiva


O que dizermos sobre o preconceito? Será que devemos criar algum tipo de punição às pessoas preconceituosas? Ou devemos apenas entender que preconceito é apenas algo cometido por pessoas que são de fato problemáticas em relação ao defeito do próximo?
Diferentemente de tudo isso não devemos fazer nada. É isso mesmo, junto a essas pessoas, somos muito preconceituosos com TUDO! Pra tudo temos opiniões que pra muitos são consideradas um tipo de preconceito. Aprendemos ao decorrer da vida a ser uma pessoa crítica com o que não achamos que esteja certo, seja isso em um texto, em uma discussão, em um questionamento, ou em vários outros modelos existentes. Já que somos preconceituosos até com objetos. Ou seja, quem nunca criticou uma pessoa pelo seu modo de se vestir; ou pelas roupas que essa pessoa usa?  Quem nunca quis escolher onde trabalhar; quanto ganhar; com quem trabalhar; o que comer; onde comer; com quem comer; o que usar; etc.? Enfim, somos frutos de pessoas que eram; são e serão preconceituosos com tudo e todos.

Com tudo isso que ocorre devemos prestar atenção em não criticar o próximo, mas sim tentar entende-lo e se auto-avaliar, porque do mesmo jeito que criticamos o próximo ele nos critica.
Eu sou uma pessoa preconceituosa porque aprendi a ter opinião diferente das outras pessoas. Não que isso signifique que eu saia pela rua agindo como se fosse uma pessoa perfeita que tudo o que faço esteja certo. Nem todos somos iguais aos outros, por isso agimos deste modo. Ainda mais em um mundo desigual e em países capitalistas, onde pessoas fazem o que for preciso para se dar bem. Nem que para isso ela critique e faça o que for necessário para o seu próprio bem.

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